Em mais um conto da nossa “História de pescador” você conhecerá Henrique, um menino pobre, porém com muita riqueza para compartilhar.
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Pobre Henrique
Texto: Thiago André Monteiro
Edição e narração: Chico Gabriel
Pobre Henrique. Filho único, nunca teve a chance de ver o quanto se parece com a mãe, pois a perdeu no momento de seu nascimento.
Pobre Henrique. Cresceu num casebre, junto a seu pai, que, orgulhoso demais para aceitar a ajuda dos sogros, se desdobrou todo para sustentar a si mesmo e ao filho.
Pobre Henrique. Com apenas oito anos, um par de calçados e dois amigos, vivia suas aventuras de criança diariamente até que a barriga o lembrasse que quase sempre só tinha arroz e ovo em casa.
Pobre Henrique. Frequentava uma igrejinha de bairro, onde umas vinte pessoas se reuniam semanalmente e o pastor mal sabia ler ou conjugar verbos.
Pobre Henrique. Nas férias nunca teve chance de viajar, mas este ano seria diferente: seus avós maternos apareceram para levá-lo por um mês inteiro à casa de praia deles. Felizmente, desta vez, seu pai turrão anuiu.
Pobre Henrique. Brincou e comeu como nunca dantes. Porém, mesmo diante de refeições tão fartas, nunca deixava suas preces de lado, fato que ao mesmo tempo estranhava e orgulhava os avós.
Pobre Henrique. Pela primeira vez contemplava a imensidão do mar num dia de sol. Ajoelhado, algumas lágrimas salgaram ainda mais a areia branca enquanto seu espírito glorificava a Deus diante de tão bela criação.
Pobre Henrique. Um mês passou em minutos e logo estava com os avós no carro voltando para sua vidinha simples.
— Vô e vó, vocês já entregaram a vida pra Jesus?
— Como assim, Henrique?
— É. Vocês também vão para o céu?
— Não sei. Acho que sim. Nós somos boas pessoas, então a gente deve ir para o céu sim.
— Mas vocês já entregaram a vida pra Jesus?
— Como assim, Henrique?
— É que pra ir para o céu, vocês precisam fazer isso antes.
— E como a gente faz isso?
E em sua simplicidade e vergonha, ele apenas respondeu:
— Vocês aceitam que Jesus cuide de vocês? Que ele seja o dono de vocês?
— Acho que sim, Henrique.
E a viagem seguiu em silêncio até que Henrique fosse restituído ao pai e os avós voltassem para casa da mesma maneira que tinham vindo.
Pobre Henrique. Agora achava que os veria no céu e nem suspeitou que os verdadeiros pobres eram seus avós.